microbacia hidrográfica do córrego do gregório

A microbacia do Córrego do Gregório drena uma área de 19 km². Considerando o seu curso desde a nascente até a foz, possui como afluentes os córregos: Primeira Água, Sorregotti, Lazarini, Simeão e Biquinha, estão esses dois últimos totalmente tamponados.

Mapa da expansão urbana na Microbacia do Córrego do Gregório

Fonte: Projeto AFLORAR – Espaços Educadores

O Córrego do Gregório nasce na área ru­ral e percorre a área urbana no sentido leste­-oeste, por uma extensão de aproximada­mente 9 km, até a sua foz no Rio do Monjolinho, rotatória do Cristo.

nascente do córrego do gregório sítio santo antônio

foz do córrego do gregório no rio do monjolinho – rotatória do cristo

primeiras moradias

Foi nesta bacia que se construíram as pri­meiras ruas e casas de São Carlos, situação não diferente de muitas outras cidades, cuja urbanização iniciou em locais próximos aos cursos d´á­gua. Conforme a população foi aumentando, a cidade foi crescendo a partir desse peque­no núcleo urbano e melhorando sua infraes­trutura.

córrego da biquinha

Em 1890, a cidade era abastecida pelo Cór­rego da Biquinha, que nasce na região do Teatro Municipal (Rua Padre Teixeira) e de­semboca no Córrego do Gregório, na altura da Rua Visconde de Inhaúma. Suas águas eram distribuídas em quatro chafarizes, bebedou­ros públicos situados em pontos de grande cir­culação de pessoas. Foi apenas em 1899 que a água encanada chegou às torneiras de algumas casas.

expansão urbana

A ocupação da microbacia do Córrego do Gregório foi bastante intensa até a década de 1940. Nesta região desenvolviam-se pratica­mente todas as atividades econômicas, so­ciais e culturais e, por isso, é até hoje o centro da cidade.

cinema

Sociedade Dante Alighieri e cdcc

clube flor de maio

praças

IMPACTOS AMBIENTAIS

A urbanização de São Carlos, que já era representativa em 1940, intensificou-se entre 1950 e 1970, causando graves problemas am­bientais, a começar pela questão do escoa­mento das águas. Ao longo do processo de urbanização, mui­tas mudanças aconteceram na paisagem original do Córrego do Gregório. Durante o período de 1970 a 1974, o leito do córrego perdeu o seu traçado original, tendo sido re­tificado e canalizado em alguns trechos para dar lugar à construção de ruas, avenidas mar­ginais e bairros residenciais e comerciais.

OBRAS REALIZAS NO CÓRREGO DO GREGÓRIO

enchentes

Entre todos os problemas, aquele provocado pelas enchentes e o consequente alagamento de extensas áreas da cidade, in­clusive do centro, é ainda hoje o mais traumá­tico, tendo deixado a sua marca na memória coletiva dos são-carlenses.

afluentes do córrego do gregório na área central

Os afluentes da área central desapareceram e quase ninguém lembra ou tem conhecimento de que, por baixo da Rua Episcopal e das Ruas José Bonifácio e Aquidaban, ainda correm os córregos do Simeão e Biquinha.

O CÓRREGO DO BIQUINHA, emerge apenas o fio d’água que escor­re da fonte na creche Anita Costa, localizada na esquina das ruas Aquidaban e Conde do Pinhal.

Imagem 60:  Fonte na creche Anita Costa

O CÓRREGO DO SIMEÃO nasce na região da Praça Itália, passa por baixo do bairro Lagoa Serena e desemboca no Córrego do Gregório na região do Mercado. Um dos poucos locais que não está canalizado se situa nos fundos de um restaurante instalado na Rua Episco­pal, esquina com a Rua Santa Cruz.

De Geração para Geração

ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ESGOTO

“Quando eu mudei beirando o Gregório, não havia casa, só havia a casa que eu morava ali na beirada do córrego. (…) E aí o riozinho que passava ali era que nem hoje, um fio de água, quando vinha muita chuva aquilo alagava tudo, subia dois, três metros. E o esgoto de São Carlos, ele era despejado aqui em baixo, perto do Cristo. Ali tinha uma estação de tratamento de esgoto que chamava “Filtro”, você vê que tratamento de esgoto é coisa antiga, em 1930, isso aí! Então, tinha uns tanques em que o esgoto entrava dentro e ficava decantando, a água ia saindo e aquela sujeira acumulando. Uma vez por mês eles tiravam a água de um tanque para o outro e recolhia aquilo ali e punha pra secar e vendia como esterco. […] esse esgoto era lançado numas lagoas de sedimentação e oxidação que existiam numa chácara que tinha o nome de ‘filtros’, exatamente por causa disso […]. A água do esgoto era depositada nos tanques de alvenaria, passava de um tanque para outro através de um conjunto de pedras que serviam de suporte para bactérias, que faziam a degradação da matéria orgânica, que era carreada pelo esgoto. Era um tratamento biológico, por assim dizer, da água, mas melhorava bem a qualidade da água, a água passava por três tanques. Esses filtros eram constituídos por uns tanques que deveriam ter aproximadamente uns 20m x 20m, com um metro, mais ou menos, de profundidade. Três tanques de alvenaria, construídos à margem do Gregório, intercomunicantes antes de a água depois de sair da terceira bacia de sedimentação, saía relativamente pura e era lançada no córrego do Gregório. Esse lugar era uma chácara conhecido pelos filtros, onde está hoje aquela construção do SESC, ali onde está o SESC estava a estação de tratamento de águas”.  – Prof. Tolentino

MERCADO E PRAÇAS

“Ali na frente do mercado, a cada distância, tinha um poste e cada poste era cheio de argolas, para amarrar os cavalos. E os “caras”, tinha muito índio, caboclo, mestiço né, da região aqui mesmo, que negociavam cavalo, o negócio aqui era cavalo e boi, no mercado. Era cavalo e carroças com roda de ferro e trole [tipo de charrete] de quatro rodas. E tinha trole bacana dos fazendeiros. Fazia até casamento, “botava” a noiva ali, ficava bonito e as latas rodando atrás e a turma gritava – viva a noiva! Eu já era mocinho, tinha 16…17 anos”. – Sr. José

MERCADO E PRAÇAS

“(…) para chegar na beira do rio [falando sobre o Córrego do Gregório] era tudo barro e o Carlito Salles (Carlos de Amargo Salles – prefeito entre os anos de 1938 e 1941) era muito rigoroso. São Carlos, naquele tempo, era muito atrasado, não tinha dinheiro. (…) e ele que desapropriou (a região do mercado, para fazer um aterro). Depois foi feita a Piscina Municipal. A única exigência naquele tempo era que qualquer pessoa pudesse nadar. Fazia exame médico, tinha a carteirinha. Depois fizeram um bar do lado ali. Então ali ficou sendo um bar e a noite a turma ia dançar.” – Dr. Hugo

CINE AVENIDA

“Era um cinema de luxo sabe. Que nós, homens, tinha que por gravata para entrar no cinema. Se você não tinha gravata, tinha que ter manga comprida, ou paletó. Assim, de roupa assim, não entrava.”  – Dr. Hugo

Fonte: ALMEIDA. Rita de Cássia. Memórias do Rio do Monjolinho: o processo de urbanização e os impactos sobre os recursos hídricos. 2001. 120f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Engenharia Ambiental) – Escola de Engenharia de São Carlos, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2001

CÓRREGO DO SIMEÃO

“O Simeão era um riozinho, mas tinha cobra tinha tudo. Ele descia, ia de lá de cima, (…) passava por baixo da hoje que é a Lápis. (…) Foi saindo ali embaixo da Giometti, depois canalizou, aí foi aumentando as casas e teve que esconder o rio. Tinha umas partes que era meio fundinho. Não era sujo, mas também não era limpo pra beber. A turma pescava lambari, com peneira, anzolzinho. Era gostoso ver aquilo”. – Sra. Lica 

Fonte: PAVESI, Alessandra; PAVESI, Lorenza; ROBERTS, Ana Mércia S.; JABUR, Rodrigo Sartori. Córrego do Simeão. In: Águas da memória: um percurso pelos córregos esquecidos de São Carlos. 2011. Disponível em: <https://aguasdamemoria.wordpress.com/2011/06/22/307/>. Acesso em: 20 de novembro de 2018.

  • (34) EE Dr. Álvaro Guião;
  • (37) CEFA Prof. Cid da Silva César;
  • (38) CEMEI Cônego Manoel Tobias;
  • (39) EE Cel. Paulino Carlos;
  • (40) EE Prof. Sebastião de Oliveira Rocha;
  • (41) Escola Livre de Música Maestro João Sepe;
  • (42) Creche Anita Costa;
  • (44) Centro Interescolar Paulino Botelho;
  • (46) EE José Juliano Neto;
  • (47) CEMEI Dom Rui Serra;
  • (51) UAB – Prédio Octávio Carlos Damlano;
  • (52) Oficina Cultural Sérgio Buarque de Holanda;
  • (53) EE Eugênio Franco;
  • (54) SENAC;
  • (55) EE Prof. Arlindo Bittencourt;
  • (56) CEMEI Dep. Lauro Montei­ro da Cruz;
  • (57) CDCC/USP;
  • (58) SENAI-Escola Antônio Adolfo Lobbe;
  • (59) EE Bispo Dom Gastão;
  • (60) Creche Aracy Leite Pereira Lopes;
  • (61) CEMEI Carmelita Rocha Ramalho;
  • (76) EE Jesuíno de Arruda;
  • (77) Centro Educa­cional SESI 108;
  • (78) CEMEI Octávio de Moura;
  • (79) CEMEI João Muniz;
  • (80) EE Péricles Soares;
  • (95) Centro Educacional SESI 407;
  • (97) CEMEI João Jorge Marmorato;
  • (98) EE Prof. An­tônio Adolfo Lobbe;
  • (99) EE Prof. João Jorge Marmorato;
  • (100) CEMEI João Batista Paino
  • (101) CEMEI Bruno Panhoca;
  • (103) CEMEI,Cecília Rodrigues;
  • (109) Creche Divina Providência;
  • (110) SESC.

instituições de ensino

Mapa da Microbacia do Córrego do Gregório com a localização das instituições de ensino

Fonte: Projeto AFLORAR – Espaços Educadores

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